IV Encontro Piauiense de Psicanálise: “A Psicanálise no Século XXI: novos desafios da clínica”

Apresentação

 

APRESENTAÇÃO

 

 Sabe-se que a psicanálise sobreviveu a críticas e a distorções em relação ao seu modelo nada tradicional de fazer ciência. Foi neste sentido que a psicanálise se constituiu como um campo que nascia para subverter uma ordem; uma ciência que não tinha um lugar; um campo na contramão. Respondendo à cultura médica Freud funda o inconsciente e a partir daí seu universo se expande e ganha dimensões no social nas quais seus alcances já não se podiam definir.

Essa perspectiva trilhada teve início com a medicina se esforçando no estudo do corpo-cadáver das pessoas histéricas. Neste percurso a ciência nada conseguiu encontrar. Freud, por sua vez, percorreu o corpo-sintoma das mulheres histéricas; buscou na vida e não no corpo morto, respostas para manifestações tão singulares.

Freud, com ajuda das histéricas inaugura, então, a Psicanálise. Cuidar das mazelas da alma foi e ainda é o desafio da psicanálise na sua clínica cotidiana.

Mas para onde foram as histéricas de outrora, aquelas mulheres maravilhosas, Ana O, Dora, todas aquelas mulheres que se tornaram as figuras matriciais de nossa psicanálise? Foi graças às suas falas que Freud, escutando-as, descobriu uma modalidade inteiramente nova de relação humana (NASIO, 1991).

As histéricas de outrora, portanto, saem de cena e hoje seus sofrimentos se oferecem sob outras faces, outras formas clínicas, menos espetaculares, talvez, que as da antiga Salpêtrière.

A histeria clássica revelada pelos propósitos de uma cultura moralista e repressora abre cenário para o mundo globalizado, moderno, dinâmico e implacável, que produz novas formas de subjetividade e de sofrimento. Nas palavras de Forbes (2012), com a passagem da modernidade para a contemporaneidade, muda-se também o referencial subjetivo do homem traumatizado, do século XX para o homem “desbussolado” do século XXI.

Isto posto, o olhar da cultura pós-moderna constrói ferramentas na tentativa de sanar o sofrimento, tendo como base, por exemplo, a mesma ciência positivista da lógica e da prática sujeito-objeto, tentando adaptar o homem no social, sem levar em consideração o que há de valioso em cada sujeito; afastando o homem de sua realidade psíquica, promovendo prescrições de vida.

Diante do exposto a psicanálise se exclui. O que há, então, de diferente na psicanálise? A psicanálise tem uma ética própria, ela aponta outra cena, diferente da razão, ela caminha pela lógica do avesso, aquilo que Lacan chama de palavra plena, cheia de sujeito. Neste processo encontra-se a lógica do inconsciente e os encontros se fazem pela relação de transferência.

Quem é esse sujeito que deseja? O que esse sujeito deseja? Esse é o referente máximo dessa clínica psicanalítica científica, seja ela tradicional, no divã, como também, em diversos setores que a psicanálise se inseriu. “A psicanálise de hoje ultrapassa o interesse da clínica exclusiva do consultório. Ela também se preocupa com as variadas manifestações do laço social: na política, na família, nas empresas, na escola e na sociedade em geral” (FORBES, 2012, p. XXXVI).

Dessa maneira, o IV Encontro Piauiense de Psicanálise promovido pelo Centro Universitário Santo Agostinho, abordará essa discussão do cenário atual da psicanálise, sua inserção e contribuição além dos novos desafios da clínica. O evento poderá trazer grandes contribuições para os alunos do curso de psicologia desta IES, para o debate e para a prática psicanalítica no Piauí e Estados vizinhos.



PÚBLICO ALVO: Psicólogos, acadêmicos, docentes e egressos do curso de Psicologia do Centro Universitário Santo Agostinho e de outras instituições. Acadêmicos e profissionais de áreas afins.

INSCRIÇÕES: Sistema de Eventos UNIFSA


Período: 30 de março a 23 de maio de 2019.


Valores:
R$ 50,00 (Estudantes e Egressos do UNIFSA), 
R$ 70,00 (Estudantes de outras IES),
R$ 80,00 (Profissionais).

Comissão Organizadora